Em debate promovido nesta segunda-feira (7) pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado (CDR), representantes de bares e restaurantes apresentaram dados para ressaltar as dificuldades econômicas enfrentadas pela maioria desses estabelecimentos, prejudicados pela pandemia de covid-19. Eles também criticaram as limitações impostas ao funcionamento dos estabelecimentos e cobraram políticas públicas específicas para o setor.
Representando o Ministério do Turismo, William França, secretário nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Turismo, lembrou que o segmento foi um dos primeiros a serem afetados pelo início da pandemia, mas espera que “não seja o último a retornar ao cenário anterior”. Ele salientou as políticas públicas do governo federal em apoio ao setor de turismo, que registrava crescimento até a crise provocada pela pandemia, e lamentou que muitos estabelecimentos tenham sido fechados.
— O governo tentou, da parte do que nos coube, salvar o setor e evitar as perdas e os fechamentos. É óbvio, o resultado não foi o que a gente gostaria; a pandemia se prolongou, ceifando vidas.
Segundo William França, o ministério tem buscado criar condições para auxiliar o setor na retomada do movimento turístico, que, ressaltou ele, deverá ser favorecido na medida em que a vacinação for avançando e os casos de covid-19 forem diminuindo.
Representando a seccional de Alagoas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Brandão Junior também questionou a associação entre funcionamento de restaurantes e casos de covid-19.
— Se os números [da covid-19] não caem com o fechamento do nosso setor, por que os governantes insistem em restringir nosso funcionamento por dez meses, um ano? — indagou.
Segundo Brandão Junior, desde os primeiros momentos da pandemia a Abrasel nacional estabeleceu todos os protocolos sanitários para o setor, o que, no entanto, ainda não resultou na suspensão das restrições de funcionamento.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) nacional, Paulo Solmucci, ao ressaltar que ele representa um dos setores que mais perdeu com a pandemia, defendeu ações específicas e urgentes para enfrentar a situação. Ele disse que 74% dos estabelecimentos ainda precisam de novos empréstimos, e, em março, 91% não conseguiram fechar a folha salarial em dia.
— É um setor muito machucado, que pagou uma conta desproporcional e até injusta para o bem-estar da sociedade, e que merece uma atenção especial de toda a sociedade.
Paulo Solmucci manifetou apoio ao PLP 33/2020, projeto de lei que cria o marco legal do reempreendedorismo, destinado a facilitar a reestruturação de dívidas das pequenas empresas. Ele teme que o fechamento de negócios devido à pandemia leve os empreendedores a um “drama de 20 anos” e desestimule novas atividades empresariais.
O presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado (CDR), Fernando Collor (Pros-AL), lamentou a perda de empregos e o fechamento de empresas causados pela pandemia e também salientou a importância do projeto que cria o marco legal do reempreendedorismo. Ele destacou a atuação decisiva do Congresso Nacional em apoio à sociedade neste momento.
Fonte: Agência Senado